Escrever é bom e você deveria tentar
- Sheila Santos
- 2 de mai. de 2018
- 3 min de leitura

Sempre gostei de colocar minhas impressões no papel, desde criança. Mesmo sem saber muito bem o que escrevia, aos três anos já rabiscava minhas primeiras letras. E rabiscava as paredes também. Com giz de cera. Deixava minha mãe louca. Mas até que ela gostava e achava divertido, pois eu tinha o meu cantinho de parede predileto para rabiscar e não invadia nenhum outro. Inclusive, com minha mania de usar o lápis desde cedo, carrego até hoje um calo seco no dedo médio da mão esquerda (sim, sou canhota), que contribui ainda mais para a “beleza” dos meus dedos finos e tortos. Dedos estes que mais tarde se dedicariam à música também, mas isso é outra história. Durante toda minha trajetória, escrevi textos e análises relacionadas à minha profissão, seja por obrigações acadêmicas ou relacionadas ao trabalho em si e também escrevia tudo que estava relacionado a algo que eu gostasse. Aos 12 anos aflorou-me uma paixão que carrego até hoje: Astronomia. Então, na máquina de escrever que ganhei de presente dos meus pais, uma Olivetti Lettera 37 preta, fiz uma compilação de tudo o que eu sabia sobre o assunto e com todas as informações que eu tinha nos livros que me doavam e que apresentavam algo sobre o assunto. Ganhei muitos livros de presente dos conhecidos de meu pai, que sempre se lembravam da filha do Vieira como a menina que gosta de ler e escrever. Voltando à história da máquina, recordo-me de ter datilografado umas trinta páginas sobre astronomia. Às vezes sentia algum remorso em usá-la, pois era muito barulhenta e, como meu pai trabalhava à noite, ficava a impressão de que eu poderia incomodá-lo no seu momento de descanso com aquela barulheira. Na adolescência, a vontade de escrever era tanta que, pasmem, eu escrevia até resumo de episódio de desenho animado que via nas minhas tardes livres. Porém, o tempo passa, as obrigações chegam e ultimamente só havia colocado em prática minha necessidade de expressar algo por motivo de trabalho. Confesso, após meu último trabalho da pós-graduação, há um ano, não escrevia nada. Pretendo reparar o mal que fiz a mim mesma semanalmente, seja para me ajudar mentalmente, seja para ajudar a quem possa interessar pelos meus textos. Ai vai a lição: escrevam. Muito. Coloquem seus planos no papel. Não viva de sonhos, sonhando acordado. Planeje-se. Anote suas metas anuais por mais corriqueiras que possam parecer. Esse ano coloquei na cabeça que me alimentaria de forma mais saudável, minimizei o refrigerante, o açúcar e pretendo trocar o sal comum pelo sal da moda (o do Himalaia, aquele rosinha). Até aboli o achocolatado, agora só cacau em pó sem açúcar nenhum. Isso foi algo que determinei para mim. Meu objetivo este ano. Tenho outros, assim como você também deve ter. A lição mencionada serve para mim também, em virtude de ter ficado um ano sem me expressar efetivamente, a não ser que fosse por motivos laborais. Sinto falta de exprimir minhas ideias e sentimentos. Ah, rede social não conta. Eu até evito. Com os últimos acontecimentos em nosso país, vejo discussões infundadas e sem o menor sentido, ocasionando a destruição de amizades e a perda do respeito pela opinião de terceiros. Isso não me motiva a escrever em redes sociais particulares, visto que qualquer vírgula fora do lugar, qualquer frase mais acalorada, pode ferir pessoas de convicções contrárias as minhas, pessoas as quais tenho muito apreço. Resumindo: coloque suas ideais no papel, com caneta ou lápis ou em um arquivo de computador ou diário, não importa. O planejamento no âmbito pessoal ou profissional pode te dar esta sensação de bem estar devido a organização que proporciona. Mas sem "neuras". Procure dedicar um tempinho para isso. Para mim, faz parte da minha higiene mental. Escrever relaxa e é bom, para colocar os pensamentos no devido lugar. Sem contar o alívio que dá.
Sheila Santos é Administradora de Empresas pela Unisuam, Especialista em Consultoria Empresarial e Planejamento Estratégico pela Universidade Cândido Mendes, professora de inglês e cantora nas horas vagas.
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